7º Postulado (Rompimento do Carma-Causal)

para gerar o Carma-Constituido ou a Evolução pelo Universo—Astral.

Cremos e ensinamos que nosso Carma—constituido é uma Consequéncia do Carma—causal, próprio do Cosmos Espiritual. Existe em relação com a Causa. E um Efeito e, sendo assim, é justamente o que as diversas Escolas pregam Como a Lei de Consequéncia.

Nosso Arcano Maior revela que essa Lei surgiu em consequência desse rompimento com a Causa; e ainda diz mais, que foi por Causa desse rompimento que o Deus—Pai criou o Universo-Astral, imprescindível Como uma 2º VIA de Evolução, para os seres espirituais, quando do inicio das quedas ou das descidas para o outro lado do espaço cósmico, onde a substancia existia e existe.

A Evolução dos seres espirituais por essa via é finita, isto é, obedece a uma reversão, a uma limitação, a um ponto final.

E para que na mente do leitor fique bem claro esse Postulado de nossa Doutrina, convém acentuarmos os seguintes fatores:

a) que os seres espirituais viviam no Cosmos espiritual, nas condições ressaltadas no Postulado 5° (reler), isto é, que esse Cosmos era e é a 1ª Via Evolutiva, sujeita ao Carma—causal, e com direito ao uso do livre arbítrio.

b) que lá os seres espirituais não tinham Veículos etéricos, nem gasosos, nem ígneos; não podiam apropriar—se dos elementos oriundos da substancia, a fim de criarem formas ou corpos para uso;

C) que tinham estados de consciência distintos, vibrando no que já definimos Como suas afinidades Virginais, que são irreversíveis;

d) que essas afinidades Virginais, ao se imprimirem sobre 21 substancia, definiram esse duplo aspecto que veio a ser identificado Como o do macho e o da fêmea.

Então, essas condições bem compreendidas, fica patente que houve, realmente, um rompimento cármico, uma desobediência ao sistema evolutivo original, que redundou, por sua Vez, nesse sistema de lições, experimentações, provações, reajustamentos e reencarnações a que estamos habituados, porém, nunca por termos sido “criados simples e ignorantes” das coisas que o mesmo Pai iria criar, posteriormente, de Si mesmo, também, para nos servir de tentação e sofrimentos mil.

Nunca o Pai, em seu infinito grau de perfeição, poderia criar condições que iriam, fatalmente, degenerar afinidades, ou seja, consciências, inteligências, sentimentos, nos aspectos morais já bastante citados, através de nossa "Preparação Psicológica".

Então, é quando a nossa Doutrina exalta a excelsa Bondade do Ser Supremo, reafirmando o aspecto correto de Sua Paternidade no sentido amplo de prover a educação moral-espiritual de todos os Seres, com os elementos ou com os fatores indispensáveis, dentro da Via escolhida livremente.

Portanto, quando nós - os espíritos - resolvemos, no pleno uso de nosso livre arbítrio, romper com o carma-causal, abandonando a Via de Ascensão ou de Evolução Original, foi porque desejávamos definir, justamente, nossas afinidades virginais, nossa ideação, em aspectos mais objetivos, concretos; transformá-las de urna abstração persistente numa realidade viva, atuante.

E sabíamos, nós, os espíritos que estávamos no Cosmos Espiritual, que somente poderíamos conseguir isso através da substância que existia "do outro lado" do espaço cósmico.

E assim é que se deu a nossa queda ao "reino da substância", sem sabermos coisa alguma de concreto (por efeito daquilo que já se experimentou) a respeito dela, e mesmo porque não quisemos acreditar nos esclarecimentos dados, ignorando, portanto, o que iria surgir dessa ligação, corno, por exemplo, as suas terríveis injunções, os seus malditos efeitos, por via, é claro, dessa desejada penetração, dessa junção.

Não quisemos acreditar (portanto, ignorávamos) que a lei natural dessa substância, o seu moto próprio era o caos, isto é, sua natural manifestação não ia além dos estados de convulsionamento, de explosão.

Desconhecíamos, assim, que essa substância não ia além de um 3º estado de transformação, a partir dela; portanto, jamais nos poderia fornecer os elementos que seriam imprescindíveis aos objetivos visados. Dentro dessas suas condições naturais, porém limitadas, as nossas afinidades virginais jamais poderiam definir-se positivamente; jamais poderia produzir os elementos positivos e negativos, base dos futuros organismos, necessários para provocar "as reações ou sensações" daquilo que visávamos atingir - o orgasmo.

Em suma: a substância ainda não se transformava além desse 3º estado. Ela não produzia a luz, o calor, a eletricidade, o magnetismo como nós os conhecemos, sentimos e vivemos em relação a eles, não existia o 4º estado, o chamado de irradiante; existiam os íons, mas sem serem potenciados como moléculas.

Nessa situação, que remonta às origens das causas e dos efeitos, foi que o Deus-Pai agiu.

Diz-nos o Arcano, que o fez, como sempre, movido pela Sua Excelsa Bondade, visto os seus filhos - filhos de Sua Paternidade Moral, Espiritual - desobedecerem aos conselhos, às instruções dadas pelas Hierarquias Divinas, sobre a natureza da substância, não acreditando nas consequências dessa ligação. O que fizeram foi romper com o carma-causal, usando do direito ao livre arbítrio e se projetaram “como abelhas, para o lado onde dominava a outra natureza”.

Foi esse rompimento, essa descida, chamada, alegoricamente, de “queda dos anjos”.

E foi - conforme íamos dizendo - quando o Deus-Pai agiu, começou a Sua Obra promovendo nessa substância as condições que iriam ser necessárias à formação de uma 2º VIA de Evolução, já que o fato estava consumado.

E isso o fez coordenando a lei natural dessa substância, a fim de se transformar num 4º estado e daí, ainda, no 5º, 6º e 7º, com as subtransforrnações próprias de cada um.

Nessa altura, podemos adicionar esse fundamento básico de nossa metafísica ou doutrina: ora, já temos explicado, por vários ângulos, que a natureza da substância não ia ao 4° estado e que esse foi um produto dessa coordenação do Poder Divino, e isso porque essa substância não tinha como dinâmica de sua natureza transformadora o que podemos entender como o eletromagnetismo positivo e negativo. Sem essas condições, como poderia ela se transformar nos elementos genéticos gerantes e geradores? Ou nos cromossomos X e Y?

E Deus-Pai, vendo que isso era imprescindível, dinamizou a natureza da substância, com a força vibratória de Sua Vontade, a fim de que pudesse, futuramente, fornecer esses ditos elementos genéticos, com a potência vital do que seria próprio do macho e da fêmea.

E assim começou a Sua Obra, com os fenômenos perfeitos da criação de todas as coisas.

Daí foi que plasmou na substância o arquétipo ou o modelo original de tudo que teria de surgir, "dentro desse lado do espaço-cósmico".

Daí foi que surgiu, consequentemente, o chamado, pela nossa Escola, Universo-astral- num incomensurável sistema de corpos celestes, sóis, estrelas, galáxias, vias-lácteas, etc., como obra mesmo da mercê divina, a fim de atenuar e propiciar os meios que tanto desejávamos, nós os espíritos que já estamos nele há milênios e milênios.

E, atenção, caro leitor: sem essa coordenação, sem essa mercê do Pai, estaríamos até agora, até esse instante em que você está lendo essas linhas, rolando pela imensidão cósmica, sujeitos aos turbilhões indirecionais, ao estado caótico dessa substância. Não teria havido reinos mineral, vegetal, animal e humano propriamente ditos.

Eis, portanto, em linhas gerais e essenciais, a origem dessa Lei de Consequência, ou de nosso carma-constituído, que foi estabelecido mesmo, não resta dúvida, para regular um 2º sistema de Evolução, por uma 2ª Via astral e material, a qual teremos que ultrapassar para o retorno ao Cosmos Espiritual.

Não resta dúvida também de que esse carma-constituído, que essa lei de consequência, foi uma disciplina imposta, e que se fez necessária, não para castigar duramente, implacavelmente, a nossa desobediência, o nosso rompimento com o carma-causal, mas porque, sabendo o Pai que fatalmente iríamos derivar nossas afinidades virginais, nossos estados consciencionais, em aspectos terríveis e imprevisíveis para nós (por ocasião da queda), e não obstante termos sido alertados sobre tudo isso, mesmo assim quisemos e descemos, fazendo questão do direito ao livre arbítrio - essa é que é a verdade nua e crua.

Então, dizíamos, essa disciplina cármica tinha que ser estabelecia, porque o Pai também sabia que iríamos criar, nós mesmos, uma derivação nas afinidades virginais de tal monta, em consequência das injunções do novo meio escolhido, que essa Lei teria que ser adaptada, de acordo com o novo sistema de "ações e reações" que iria surgir, como surgiu, de uns sobre os outros.

Entendamo-nos melhor: lá no Cosmos Espiritual havia amor sublimado entre os pares; havia "ações e reações", porém, completamente distintas das provoca das pela ligação com a natureza-natural.

Os sentimentos naturais dos seres espirituais não vibravam na tônica que foram atingindo, paulatinamente, por força das coisas que a nova natureza penetrada ia facultando, assim como o gozo concreto, sob todos os seus aspectos carnais e materiais, geradores, por sua vez, do citado sistema de “ações e reações” de uns sobre os outros seres, e completamente inexistente naquela Via original do carma-causal.

E foi assim, por via desses fatores, que as lições, as experimentações eras provações surgiram, necessariamente, como processo de reajustamento disciplinar, através, principalmente, das condições mais desejadas, que a tonaram, naturalmente, as mais usadas pela Lei Cármica e que são as reencarnações.

Que o leitor nos permita mais essa síntese retrospectiva: assim, cremos ter ficado bem claro que a substância-etérica (ou a matéria) com sua natureza distinta, extrínseca à nossa, de espírito puro, através de suas injunções naturais, ou seja, pela propriedade de poder condensar-se, teria forçosamente de afetar profunda e poderosamente a nossa ideação virginal, o mesmo que dizer: as nossas faculdades.

Tínhamos que sofrer, como ainda está acontecendo, o impacto desse novo meio, ou modas-Operandi, porque, ao penetrarmos nesse “lado do espaço-cósmico”, caímos dentro de uma natureza cujas terríveis injunções nos eram desconhecidas, tão terríveis que provocaram em nossa natureza-vibratória uma grande agitação e uma série de impressões novas, consequência desse contato, dessa ligação inicial.

E assim foi que, quanto mais vibrávamos, mais imprimíamos na substância nosso atordoamento, atraindo e imantando condensações etéricas disformes, isto é, sem obedecerem a uma aglutinação sistematizada.

Tanto é que fomos obrigados a passar por um outro sistema especial de aprendizado, quando as Hierarquias Superiores, obedientes à Vontade do Pai, criaram mais sistemas planetários e, no nosso caso direto, o planeta Terra.

Nesse planeta tivemos que passar (muitos ainda estão passando), ou melhor, estagiar nos “campos eletromagnéticos” próprios dos chamados reinos mineral, vegetal, para depois animar, mais diretamente, a vida instintiva da espécie animal, dada a existência do elemento sanguíneo, que nos foi de vital importância, pois à proporção que íamos vibrando na corrente sanguínea dos animais, íamos também sentindo determinados tipos de reações, em nosso corpo astral, já em formação, para que as Hierarquias estabelecessem um padrão sanguíneo distinto daquele e apropriado à consolidação de um organismo especial, que veio a ser o nosso na condição humana.

Esperamos ter situado bem esse Postulado da Doutrina Secreta da Umbanda.

Todavia, ainda temos que ressaltar o seguinte: os Livros Védicos e outros, do Ocidente, falam de 2 modos de evolução para os espíritos, porém deixam implicitamente compreendido nesses conceitos que um modo se processa pela via carnal, humana, material, e o outro modo é fora dela, ou seja, pelo astral do planeta Terra.

E ainda que fosse por qualquer sistema planetário do Universo, queremos que fique claro que mesmo assim estaria dentro do que já definimos como o Universo-astral. Portanto, ninguém fez referência, em livro nenhum, ao que também já definimos como o Cosmos Espiritual, ou 1" Via de Evolução.

No entanto, devemos confirmar também existir esses dois modos de evolução pelo Universo-astral e, no caso, pelo planeta Terra, porém da seguinte forma: mesmo que um ser espiritual se isente da reencarnação, pode continuar prestando serviços diversos no plano astral do planeta Terra ou mesmo de qualquer sistema planetário do dito Universo, no que redunda, de qualquer forma, em evolução.

Que o leitor não confunda esses 2 modos de Evolução que pregam, como sendo os mesmos de nossa Doutrina, inerentes ao que já situamos como do Carma-causal e do Carma constituído. Há que ver a distinção entre eles.

Então, dentro desses aspectos que temos ressaltado como do carma-constituído, admitamos três condições para a reencarnação: a) espontânea; b) disciplinar; c) sacrificial.

Assim, situemo-Ias: na condição espontânea estão incluídos todos os seres que têm "passe-livre", sujeitos apenas ao critério das vagas, dentro de uma certa seleção ou coordenação de fatores morais, pelo mérito e o demérito, na linha de ignorância que rege os simples de espírito, os que não têm alcance mental, intelectual, etc.

Nessa condição cármica está uma maioria que encarna e reencarna, nasce e morre! Tantas vezes quantas possa, impulsionada, Via de regra, apenas pelo seu mundo de desejos, que conserva e anseia por expandir no plano material.

Como condição disciplinar podemos situar aqueles seres, altamente endividados, conscientes e repetentes das mesmas infrações, como sejam: os velhacos e tripudiadores sobre a condição humana e mesmo astral de seus semelhantes; os hipócritas e fariseus de todos os tempos, como políticos corruptos e falsos religiosos, falsos profetas e falsos mentores: homens da indústria, das letras e da justiça terrena que, conscientemente, usaram do intelecto, do poder econômico, com arrogância, orgulho, Vaidade, como instrumento de opressão física e moral. Esses não têm a ignorância dos simples de espírito a pautar-lhes o direito cármico, pelo mérito e demérito de suas ações. Entram no âmbito de uma coordenação disciplinar especial, não têm “passe-livre” para a reencarnação, nas condições relativas e desejadas. Tanto é que muitos e muitos não querem aceitar essa disciplina, rebelam-se e até usam de mil ardis para não descerem à forma humana debaixo de tais ou quais reajustamentos. Inúmeros são os que preferem as Escolas de Correção do Astral, por tempos e tempos, até quando sucumbem ao desejo das coisas carnais e materiais e pedem para encarnar assim mesmo.

Ainda é necessário que situemos esse problema cármico assim: a) quando são obrigados mesmo a encarnar, nas condições adversas que não desejavam, a fim de sofrerem reajustamentos duros, dessa ou daquela forma (dentro do espírito do “semeia e colhe”), moral e fisicamente. Nós os vemos nos miseráveis de hoje, como os poderosos de ontem. Eles estão por aí, por toda parte, é só observar; e b) quando, já arrependidos, escolhem livremente essas cita das condições.

E, finalmente, como a condição sacrificial podemos situar essa minoria, já evoluída, isenta da provação individual pela Vida humana, isto é, livre das reencarnações. Dentro dessa minoria, se fossem identificados, na certa que os veríamos como os missionários de todos os tempos, como os mentores e reformadores morais e religiosos e ainda em duras tarefas, escolhidas livremente, dentro da tônica fraternal elevada que lhes é própria. Enfim, podem reencarnar sem injunções do Tribunal Astral competente, obedecendo tão somente à linha de amor e caridade que trilham.

Acresce dizer mais ser sacrificial voltar à condição humana porque, no plano astral, essa minoria evoluída desempenha tarefas importantes em vários setores; lidera movimentos de alto significado astral sobre a vida humana, coordena escolas, grupos de socorro de toda ordem, etc.

Agora, irmão, que você acabou de ler esse Postulado 7º, veja a figuração abaixoapresentada, que ela lhe dará uma imagem mental mais objetiva, acrescida das quatro explicações resumidas.

Depois disso, volte a ler os Postulados 5º e 6º, com mais calma, que sua ideação se integrará em nosso pensamento, em nossa Doutrina.

Os dois lados da casa do Pai

 

Livro: Doutrina Secreta da Umbanda

Autor: W. W. d Matta e Silva