Casos e coisas de Umbanda. Caso D
Extraído do livro Umbanda e o poder da Mediunidade de W.W. da Matta e Silva.
Outro caso onde sexo, vaidade, levou a queda do médium, Matta e Silva fez muito trabalho e renuncia do médium fez ele ganhar de volta sua mediunidade
Esse caso, Irmão você vai verificar como se assemelha ao precedente, porque existe também uma “rasteira” dada belo astral inferior, no final das coisas...
Apenas nesse caso o médium caiu, desmoralizou-se, andou como um louco até que pela nossa interferência direta, aliada ao imenso desejo que tinha de se levantar, acabou conseguindo se reintegrar ou se reerguer...
Vamos aos fatos, que a pessoa em foco nos pediu para relatar também, pois serviriam de alerta ou de bússola para muitos...
José (esse o nome que vamos dar-lhe) havia passado pelo esoterismo e por lá tinha até um alto grau, e por circunstancias à parte saiu e teve uma certa derrocada na vida material e funcional, pois era, e é, funcionário.
Dentro dessa situação, conseguiu transferir-se para uma cidadezinha do antigo Estado do Rio.
Um tanto o quanto desiludido, desesperado, descrente, foi bater num terreiro de Umbanda ali existente, na ânsia de socorrer uma filha enferma, posteriormente falecida.
Com sua frequência nesse terreiro, numa sessão foi tomado por uma entidade de maneira brusca, espontânea, a qual se identificou como “caboclo C” (contava nessa época uns 49 anos, muita saúde, disposição psíquica etc.).
Nesse terreiro permaneceu em função mediúnica durante 10 anos. Todavia, por lá quase nada aprendeu de Umbanda propriamente dita. Serviu, apenas, para que sua função mediúnica se exercitasse.
Além disso, a sua preparação nesse setor foi feita por uma “Yalorixa”...
Afastou-se desse terreiro também, espontaneamente, visto que a citada “Yalorixa” acabou decaindo por vaidade, dinheiro e outras coisas mais...
Indo à Bahia, fez amizade com uma ”senhora X”, que nessa ocasião também lhe apresentou uma moça nova, de uns 26 anos, casada, que chamaremos Dulce, à qual prestou ligeira atenção.
Oito meses após seu regresso, numa bela tarde, viu, surpreso descer na estação da sua cidadezinha a “senhora X” acompanhada de Dulce, que o procuravam ansiosamente.
Logo lhe foi explicado pela “senhora X” que trazia dona Dulce para se tratar com o seu caboclo, posto que essa moça estava completamente perturbada, já tendo corrido ceca e meca.
José levou-as para sua residência, e pode contatar a gravidade do caso de Dona Dulce, que apresentava todos os sintomas de demência, obsessão, possessão, de tal monta, inclusive com uma manifestação escandalosa, anormal, baixa mesmo, de um espirito se dizendo “Catarina”.
Esse médium (atualmente nosso amigo) pegou o caso por conta própria, “no peito e na raça”, sozinho, lutando desesperadamente, apelando para o auxilio de seus protetores, mas, dentro da inexperiência e da falta de um aprendizado que não recebeu no terreiro que frequentara durante 10 anos.
Quando dizemos que tratou o caso a “ferro e fogo”, e porque empregou os métodos mais duros que conhecia, como seja, descargas de fogo, despachos pesados e consequentemente entrou em tremenda demanda astral ; basta dizer que em 10 dias José perdeu 12 quilos, e após 30 dias de luta, Dona Dulce estava praticamente equilibrada, já recebendo uma entidade que se identificava como “cabocla H’.
Nesse ponto, o astral inferior que castigou Dona Dulce, revoltado, despeitado por ter perdido a parada, antes de sair definitivamente da orbita mediúnica dela, lançou um ultimo golpe, e de tal forma que pegou.
Como procedeu? Estudando os pontos fracos dos dois médiuns em ação, verificou de serem predispostos às atrações do sexo e lançou tamanhas cargas fluídicas de estímulos que, inexplicavelmente, se atraíram, caindo nos braços um do outro.
E deu-se a “melodia”... Tudo transformou-se para Josè. Sua esposa, muito distante da menor compreensão sobre o assunto, provocou os piores escândalos, obrigando Dona Dulce e sua companheira a se retirarem imediatamente de sua residência.
A desmoralização de José, na cidadezinha, foi completa e o pior se deu quando foi acometido de grave enfermidade nos rins, e outras complicações mais, sendo obrigado por isso a hospitalizar-se. Era desesperador o seu estado.
Conseguiu superar essa parte, porem tornou-se presa de estranha angustia e ligado emocional, astral e espiritualmente ao carma de Dona Dulce.
Sofreu e padeceu durante um ano e meio os horrores da incompreensão, do escarnio geral, inclusive dentro de seu próprio lar, de onde a paz fugira completamente.
Apoderaram-se de José estranhas manias, perturbações varias, ideias fixas, e a mania forte de suicídio, de vez que só tinha no pensamento a tal moça que tanto o preocupava.
Dentro desse estado desesperador, obcecante, tendente ao suicídio, desmoralizado, foi que nós o conhecemos.
Deu-nos grande trabalho situar a questão para o seu entendimento, esclarecê-lo nos pontos essenciais que o perturbavam e leva-lo, à compreensão de que a sua reintegração moral-mediúnica era a única coisa que poderia trazer-lhe certa paz.
Em José encontramos o que não havia no outro amigo do caso anterior, isto é, o desejo de superar-se, de livrar-se de tudo o que o atormentava, enfim, ele desejava a paz sob qualquer condição.
Foi quando apresentamos dois caminhos: Dulce ficaria apenas como sua amante, dentro da vida comum, o que é até considerado coisa corriqueira (porque “pecado”, mesmo, só é “pecado” quando a própria consciência nos acusa disso, de vez que certas injunções, reajustamentos, decorrente da execução da lei carmica, fogem completamente ao juízo da humana autoridade) ou deixaria de lado esse aspecto para assumir sua paternidade espiritual, dentro da Corrente Vibratória de Umbanda, pela ação e reação magica de seu movimento, seria impossível juntar sexo, magia e paternidade espiritual.
Havia que escolher:- -- ou paternidade espiritual, ou parte emocional, sexual, comum, corriqueira. De par com isso, também situamos para Dona Dulce o mesmo dilema. Ambos relutantes, lutando desesperadamente contra as reações intimas de suas naturezas, acabaram concordando em que preferiam ficar com suas forças mediúnicas, queriam a Umbanda como ela era e é, passando a lutar dentro desse objetivo.
Deu-nos grande trabalho polir certos ângulos de personalidade de José, aparar certas arestas de sua impetuosidade, e o testamos definitivamente quando lhe propusemos um trabalho especial, sobre o qual ele iria jurar a sua fé de oficio.
Submeteu-se ao preceito, e foi vencendo tudo, paulatinamente, a ponto de abrir terreiro e fazer a cobertura espiritual de Dona Dulce, sobrepondo-se assim as atrações do coração, e as afinidades sexuais que nutriam um pelo outro.
Tudo isso levou catorze meses para combater, educar, reintegrar.
Hoje em dia apesar de sua natureza emocional sofrer a solidão do afastamento físico, emocional etc., José esta firme e decidido; voltou-lhe toda a cobertura espiritual-mediúnica, causando-lhe bastante paz, satisfação e conforto intimo, dando-lhe forças para continuar renunciando.
Não é preciso fazer um comentário final nesse caso. Ele fala por si só.