Casos e Coisas de Umbanda Caso F

Casos e coisas de Umbanda. Caso F.

Extraído do livro Umbanda e o poder da Mediunidade de W.W. da Matta e Silva.

 

Quando a vigarice, a patifaria é muito grande nem o baixo astral apoia.

 

Destacaremos, para variar um pouco de tema, o caso de um chefe de terreiro quimbandeiro, o qual, de fato, tinha a cobertura espiritica afim a essa pratica.

 

Esse elemento que vamos citar, com o nome de “babá”, hoje em dia esta novamente no apogeu de suas “traficâncias”, e somente o citamos para que o leitor veja como até o baixo astral tem suas revoltas e suas cobranças, quando o seu médium é “salafra e vigarista”...

 

Esse “babá” tinha um terreiro frequentadíssimo, e se fazia acompanhar de uma amante, linda mulatinha, ainda bem nova.

 

Grande era a frequência e o movimento de dinheiro, presentes, cachaça, velas, vinhos e outras coisas mais, no seu ambiente de trabalho...

 

O “babá”, não satisfeito com as salvas que ia extorquindo “a torto e a direita”, passou a revender a quantidade de garrafas de cachaça e velas, que a cada sessão se acumulavam, para o exu de sua cobertura.

 

O “babá” vinha nessa “doce vida” de enganar o próprio astral inferior e o seu capanqueiro, há anos, comia e bebia a tripa forra e os pagamentos “encruza” mesmo, que ele devia, sendo esquecidos.

 

Uma bela noite, numa sessão de seu terreiro, localizado lá pras bandas de Maria da Graça, presente um nosso amigo intimo que fora verificar um que qualquer que o interessava, viu se desenrolar ali um quadro dantesco, pavoroso, que assim nos descreveu:- -- para de falar com preto velho do tal “babá”, faziam fila e era preciso os bons ofícios da linda mulatinha, amante do dito cujo; e nessa noite, lá pelas vinte e três horas, um dos médiuns, substituto direto desse “babá”, recebera ordem para abrir os trabalhos, quando se manifestou disfarçadamente nele uma entidade com as características de criança...

 

Assim ficou um pouco, enganando os presentes. Súbitos, transformou-se e definiu-se como “Exu-João-Pepé”, e passou a estender a mão sobre os outros médiuns, fazendo com que cada um recebesse um mano seu --- isto é, a corrente mediúnica foi presa de uma corrente de exus...

 

Nessa altura, esse tal que se dizia “Exu-João-Pepe” foi dizendo o seguinte--- “Eu, Exu-João-Pepe, estou aqui por ordem do patrão, para quebrar tudo isso... A minha missão é essa. Onde houver patifaria, por lá acabo chegando e arrasando tudo”.

 

“Esse “babá” que tá ai é um grande canaia, sem vergonha, vigarista, tá enganando ocês todo... todo esses bango, essas marafa, essas velas fica tudo com ele... ele vende tudo e não paga o que deve e promete... e hoje ele vai ver quem é p Pepé”...

 

Nisso, a atenção se concentrava sobre o tal “Pepé” e o tumulto no ambiente já se processava. “O “babá” levantou-se com o pretenso “preto-velho”, no intimo de dominar o citado exu e ao aproximar-se do mesmo, com seu aparato bélico”, o “Pepé” disparou tamanha saraivada de nomes feios em cima dele, que não podemos citar todos, apenas ressaltando, isso que “Exu Pepé” foi dizendo-lhe:- -- “deixa de ser sem vergonha, tu tá mistificando... tu não tá com nada...qué ve o que vou fazer agora mesmo?...

 

Juntando o gesto à palavra, avançou para espancar o tal “babá”, que vendo aquilo, fugiu espavorido pra perto de seu “conga”...

 

Mas os médiuns que partilhavam aquela patifaria foram todos esbofeteados pelo “Pepé”... E uma das coisas que mais impressionou o nosso amigo e testemunha disso, um médium foi ver como “virava bola”, um médium de grande estatura, sargento do exercito, manifestado com exu...

 

Ao mesmo tempo que seu “João-Pepé” produzia esse tremendo quebra-quebra, estabeleceu-se um pandemônio terrível, com gritos, choros, pedidos de socorro etc...

 

Escapou o nosso amigo que, rezando e pedindo proteção a seu anjo de guarda, escondeu-se debaixo de uma solida mesa a um canto...

 

Afinal, tudo voltou à calma, e foram consertar os estragos havidos naquela noite de horror e execução...

 

Esse “babá” e sua amante levaram anos numa decadência miserável, ressurgindo há pouco tempo, nos programas de um certo radialista que se diz umbandista. Parece que esse “sujo babà” conseguiu levantar-se com terreiro novamente... talvez porque, hoje em dia, o que está imperando mesmo...é a mistificação...

 

Moral do caso:--- Ser “quimbandeiro” já é uma desgraça, e ser  “quimbandeiro vigarista” é dupla desgraça, haja vista o que fizeram com esse “babá” da mulata.