Matta e Silva por Mário Tomar parte final

 

E assim, concluímos esse primeiro registro de uma agradável e elucidativa conversa com Pai Mario Tomar.

Foi uma grande conquista realizar esse encontro em que o Mestre nos dá uma lição de humildade e respeito às suas raízes, à nossa Raiz de Guiné.

Ensinamentos agora perpetuados, através desse vídeo, em que pudemos, através das perguntas de alguns de seus filhos, esclarecer algumas dúvidas e origens de uma série de assuntos pertinentes ao cotidiano de nossos Terreiros.

Fica aqui registrado o carinho e a dignidade de um homem que há tempos  na condição de Pai e Avô Espiritual, nos revela a mesma simplicidade e dedicação ao Pai Matta como se ainda estivesse lá nas areias de Itacuruçá, cumprindo respeitosamente suas obrigações como Pai-Pequeno. O que fez com que muitas pessoas o considerassem um Mestre Ortodoxo.

Deixamos aqui o nosso eterno agradecimento ao Plano Astral por nos permitir participar dessa Corrente das Santas Almas que o Cristo Jesus cobre de luz.

Esperamos que os atuais e futuros Dirigentes dos Terreiros de Umbanda e seus filhos, possam se espelhar nesse  exemplo aqui deixado de  Humildade, Igualdade, Fraternidade e Lealdade a quem os tenha iniciado nos fundamentos dessa Umbanda de Todos Nós.

Nota: As imagens no inicio deste depoimento e o áudio no final do mesmo, são do Documentário Ritos Populares, Umbanda no Brasil, 1986 do cineasta Rogério Sganzerla.

 

Apesar do mesmo ser datado de 1986, na realidade foi gravado em 1974.

Importante observar que neste época muitos Mestres ainda não tinham pisado nas areias de Itacuruçá,  apesar de afirmarem que lá chegaram antes.

O áudio no final com a voz de Matta e Silva por si só responde muita gente que hoje tem manchado  a obra deste grande Mestre.

 

 

 

Matta e Silva por Ivan H. Costa e Mario Tomar

No encerramento deste belo depoimento dado por Mario Tomar, compartilho aqui um encontro no qual eu e meus irmãos Rogério Corrêa e Ricardo Martins tivemos a oportunidade de estar com Ivan Horácio Costa (Itaoman), o mais antigo mestre de iniciação vivo da chamada Raiz de Pai Guiné D´Angola, e Mario Tomar (Yassuamy), também mestre de iniciação sagrado nesta raiz e outrora pai pequeno de Matta e Silva, quando este último ainda estava no comando do congá da Tenda de Umbanda Oriental em Itacuruçá.

Nesta ocasião, Ivan Horácio e Mario Tomar, dentre vários assuntos abordados, nos contaram sobre a relação de Matta e Silva com o Jogo do Opelê de Ifá. Relatou-nos que Matta e Siva, além de tradicionalmente prestar assistência espiritual por meio da mecânica de incorporação nos dias de sessão em seu terreiro, também era bastante procurado no seu cotidiano em Itacuruçá, por várias pessoas que de alguma forma buscavam através de sua mediunidade orientações, soluções e socorro espiritual para seus males.

Relatou-nos os dois mestres antigos da TUO, que no atendimento deste público, fora das sessões do terreiro, Matta e Silva usava preferencialmente ao Opelê de Ifá, uma simples vela acesa e um copo com água ao lado.

Todavia, os dois mestres em seus relatos, ponderaram em plena concordância, que Matta Silva poderia de certo modo dispensar até mesmo a tal vela e o copo d´água, pois tamanha era a penetração e a amplitude de alcance que sua irradiação intuitiva proporcionava, em relação a determinadas informações aliadas a uma tradução e expressão precisas desses conteúdos informativos, repassadas pelos seus mentores astrais, que o objetivo daquilo que tinha que ser comunicado era satisfatóriamente alcançado com simplicidade e eficiência.

Dentre esses mentores astrais, eles destacaram o Mestre Yapacani, que atuava preferencialmente através da intuição e algumas vezes pela mecânica de incorporação. A questão desta Entidade espiritual e da relação de seu nome com Matta e Silva pode ser brevemente apreciada no site Umbanda do Brasil (https://umbandadobrasil.no.comunidades.net/a-vida-e-a-obra-do-mestre…).

O que é importante destacarmos neste relato vivo, feito a partir de duas personalidades reconhecidas aqui, de forma justa como referências históricas, isto é, cada qual com mais de 40 anos de vivência do ponto de vista ´´de dentro para fora´´, na umbanda esotérica como iniciados que são, é a mediunidade como aspecto central dentro da manifestação da Umbanda no plano físico e os oráculos dispostos dentro de uma perspectiva relativamente periférica, conforme atesta a própria vivência iniciática de Matta e Silva narrada por estes filhos mais velhos do seu santé.

E a vivência de Matta e Silva externa ainda uma profunda lógica no contexto da evolução espiritual, analogicamente observada na própria trajetória evolutiva da mediunidade na Umbanda. De modo que no correr da linha do tempo, os primeiros médiuns, pontas de lança da Umbanda, que figuravam seus transes mediúnicos preferencialmente dentro da mecânica de incorporação inconsciente, pouco a pouco passaram a dar lugar a modalidade incorporativa semi-consciente, e esta, por sua vez, tem cedido cada vez mais espaço a irradiação intuitiva, até finalmente podermos acessar diretamente a Divindade por meios próprios e inerentes a nossa consciência, passando a ser esta a plena expressão da verdade.

Dessa forma, nosso encontro foi encerrado com as seguinte palavras de Itaoman:

´´Nós não fazemos mestres, nós ajudamos a resgatar o mestre interior de cada um quando possível´´

Obrigado pela oportunidade,

A Santa Paz esteja presente

Tarso Bastos