Divina Mãe, eu peço agô!
Oh Divina Senhora, cuja Luz teve que ser velada,
a fim de não cegar os nossos olhos espirituais - Divina Mãe Umbanda!
Nessa hora nesse instante eu te reverencio e ouso pedir o teu agô mais uma vez.
Ouve, Senhora dona dos elementos...
no silencio dessa noite...
a minha prece...
Dirige o teu olhar, minha mãe, para todos os teus filhos na Terra!
Clareia esse mundo, Senhora da Luz! - Iluminai!
Que os raios do Sol de Oxalá, possam beijar nosso ser e que essa Luz brilhe dentro de cada um de nós
Afastando as trevas de nossa inconsistência
Bem-aventurados sejam os ventos de Inhasã
Que levam para longe as vestes de nossa incoerência!
Que os Pretos Velhos nos concedam, da igualdade - a consciência,
para que façamos ao outro apenas aquilo que queremos a nós mesmos.
Bendita seja a magia de Yorimá
Que transforma o chumbo de nossa matéria densa no ouro da espiritualidade maior!
E que Mãe Yemanjá, mãe de toda a amorosidade
perdoe a profanidade com que adentramos o seu sagrado mar
Que as águas das chuvas lavem as salas de nossas almas
E que as doces águas de Oxum, penetrem no templo interior de cada um
Que o Orixá Ogum possa nos conceder a força necessária para os embates da vida.
Louvado seja o poder de sua espada, quando consegue cortar
as demandas interiores, que ainda teimamos em criar!
Que do luar, venha um novo alvorecer e que a manhã possa nos trazer
o doce sorriso das crianças de Yori e o perfume das matas sagradas de Oxossi!
Que os raios de Xangô possam escrever nos céus da humanidade
os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade
Que Oxalá, na força do elemento fogo, reacenda nossa chama interior,
quando ela estiver a ponto de se extinguir.
E purifique os nossos corações tão profanados
por esses sentimentos menos nobres que ainda insistimos em sentir
Permite, minha mãe Divina, que a canção que vem da própria Terra, nós possamos ouvir
E, como espíritos eternos, finalmente entender
De onde viemos, para onde vamos e o que estamos fazendo aqui.
Yacyamara