Os Sete sorrisos de um Pai Preto

Adaptação do amigo e umbandista Eduardo Rodrigues Castellani

Homenagem a todos pretos e pretas velhas

O primeiro sorriso: é pelo médium que está sempre zelando por sua conduta e equilíbrio espiritual, tratando as entidades que baixam no terreiro com extremo carinho e cordialidade.

O segundo sorriso: são pelas crianças carnais que em muitas ocasiões estão presentes nas giras, dando ao ambiente alegria, amor e muito carinho.

O terceiro sorriso: é para os médiuns que estão sempre dispostos a ajudar e zelar pelo terreiro, chegando cedo para ajudar, organizando pela sua própria vontade, sendo os primeiros a chegarem e os últimos a saírem.

O quarto sorriso: são para alguns consulentes, que através dos seus olhares vemos sempre a humildade, a solidariedade e a alegria por poder estar neste pronto socorro espiritual, para dar e receber o amor, a fé e a caridade.

O quinto sorriso: são para os filhos de Fé que vão às entidade e apenas dizem: "HOJE MEU BOM PAI PRETO, NÃO VIM AQUI PARA PEDIR NADA E SIM PARA AGRADECER A NOSSO PAPAI OXALÁ E AOS GUIAS E PROTETORES POR TUDO QUE RECEBI E TENHO RECEBIDO!".

O sexto sorriso: são pelos Dirigentes, Pai e Mães de Santo, Sacerdotes e Sacerdotisas, Filhos e Filhas de Fé, pelo zelo, amor e carinho que eles têm pela nossa SENHORA DA LUZ VELADA, nossa MÃE chamada UMBANDA, pela tamanha humildade dentro e fora do Congá, tornando-se referência a todos ao redor.
O sétimo sorriso: é por agradecimento aos Orixás, Guias e Protetores, que nos elevam em pensamento, sentimento e ação, ao Cristo Jesus e a Zamby, nosso Pai Eterno, dando-nos a oportunidade de praticar a Caridade e elevar-nos espiritualmente.

E, daquela “forma velha”, vi um véu caindo e num clarão intenso que ofuscava tanto, ouvi mais uma vez...

“Mando a luz da minha transfiguração para aqueles que esquecidos pensam que estão... ELES FORMAM A MAIOR DESSAS MULTIDÕES”...

São os humildes, os simples; estão na Umbanda pela Umbanda, na confiança pela razão... SÃO OS SEUS FILHOS DE FÉ.

São também os “aparelhos”, trabalhadores, silenciosos, cuja ferramenta chama-se DOM e FÉ, e cujos “salários” de cada noite... São pagos quase sempre com uma só moeda, que traduz o seu valor numa única palavra – a INGRATIDÃO.

Benção de todos os Pais Pretos: